Após abrir a sessão solene na manhã desta quarta-feira, 13, em celebração do Dia Internacional da Mulher, o deputado Mauro Rubem (PT) destacou que as solenidades têm objetivo de reconhecer e homenagear as pessoas por suas atividades e lutas cotidianas e, também, promover uma reflexão sobre a realidade.

Em uma analogia, o parlamentar apontou que “os seres vivos do planeta terra vivem pelos instintos e são protegidos por eles. Porém, o ser humano, para se proteger, precisa reconhecer a realidade e discutir como essa realidade se coloca”. Assim, ele ressaltou sua defesa pela educação e afirmou que a capacidade de pensar é o que distingue os seres humanos dos animais.

A reitora da PUC-GO, Olga Ronchi, fez uso da tribuna e agradeceu a deferência entre tantas mulheres homenageadas que se destacam no cenário goiano em diversas atividades. A acadêmica afirmou que esta manhã traz à memória os imensos desafios que a condição feminina ainda enfrenta na sociedade, expressos nas diversas formas de violência.

Feminicídio

Olga citou dados apresentados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que apontam que 10 mil mulheres foram vítimas de feminicídio no mês de março de 2015. "Números que revelam a gravidade da condição da mulher na sociedade, significando vidas encerradas, amizades e laços interrompidos, inúmeras possibilidades de uma vida contribuir para o desenvolvimento da humanidade."

A reitora repudiou todas as formas de violência contra a mulher que ainda permeiam as diversas dimensões da vida social, trabalho e relações familiares. "Por outro lado, nesta manhã também celebramos muitas conquistas e espaços que ocupamos com excelência e competência."

Por fim, a reitora recitou um trecho do poema "Crônica: Outro tipo de mulher nua", da escritora Martha Medeiros: "É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente. Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos — aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana".

Espaços de poder

Presidente do SindiSaúde, Neia Vieira também fez uso da palavra e destacou que é cansativo elencar os feitos que as mulheres são capazes de realizar. “É preciso criar condições para executarmos nossas ações e garantir espaços de poder. E este ano é extremamente importante para discutir isso. Somos a maioria da população e do eleitorado e podemos, sim, ocupar esses espaços de poder”, afirmou.

Em seguida, a secretária de Mulheres do Partido dos Trabalhadores em Goiás, Laisy Moriére, subiu à tribuna e ressaltou que o papel da mulher é fundamental para o avanço da sociedade e na garantia do Estado Democrático de Direito. Ela reafirmou a fala da oradora anterior e pontuou a necessidade de representação feminina nos espaços de poder. “A democracia sem os direitos das mulheres é uma democracia falha, não é plena. Nossos direitos, vontades e desejos precisam ser escutados e respeitados. Meu desejo é que, neste ano de 2024, nós possamos alcançar mais espaços nas câmaras municipais e nas prefeituras.”