Crises de pagamentos em hospitais públicos gera questionamentos em audiência pública
Na manhã desta quinta-feira, 4, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) sedia uma audiência pública com relatos diversos sobre atrasos em pagamentos a prestadores de serviços nos hospitais públicos do Estado. A reunião realizada no Auditório Júlio da Retífica conta com a presença de diversos representantes da saúde goiana.
Presidida pelo deputado Gustavo Sebba (PSDB), a mesa de debates inclui personalidades, como o líder do Governo no Parlamento goiano, deputado Talles Barreto (UB); a presidente da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg), Christiane Maria do Valle Santos; o vice-presidente da COOPANEST-GO, Wagner Ricardo Soares de Sá; e o 2º Secretário do Cremego, Robson Azevedo.
Christiane foi a primeira convidada a falar, destacando o cenário de atrasos nos pagamentos: “Hoje completa um mês que efetivamente estamos tomando o calote do secretário de Saúde", disse ela, agradecendo o empenho de Talles Barreto por tentar intermediar soluções. Ela detalhou as complexidades da gestão financeira entre o Estado e as organizações sociais (OS), ressaltando a divergência nos repasses. "Infelizmente, a situação é caótica, está insustentável", afirmou, apontando para os impactos diretos sobre a operação dos hospitais e o bem-estar dos profissionais de saúde.
Wagner de Sá abordou a continuidade dos problemas mesmo após trocas entre organizações sociais. "Houve troca de uma para outra OS, e nisso se criou um hiato de pagamento. Os colegas ficam, muitas vezes, sem recebimento", explicou, sugerindo que a gestão privada dos fundos públicos contribui para essa instabilidade.
Robson Azevedo trouxe à tona a questão da terceirização na Saúde, uma preocupação crescente que afeta a regularidade dos concursos públicos e, por consequência, a qualidade do serviço prestado. “É um negócio gravíssimo que aconteceu ao longo do tempo", criticou, mencionando irregularidades que afetam diretamente os profissionais de linha de frente.
O deputado Gustavo Sebba expressou frustração com a ausência do secretário de saúde e criticou a gestão atual. “É claro que queremos trazer luz para que possamos agir", disse Sebba, mencionando a possibilidade de iniciar uma CPI para investigar as denúncias mais a fundo. Ele também destacou a importância de responsabilizar as partes envolvidas, incluindo o secretário de Saúde, por falhas e atrasos nos pagamentos.
A audiência pública segue buscando caminhos para resolver os impasses.