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Estudantes participam de "Abraço Negro" na Assembleia Legislativa, em comemoração ao Dia da Consciência Negra

19 de Novembro de 2024 às 16:45
Crédito: Geovana Clemente
Estudantes participam de "Abraço Negro" na Assembleia Legislativa, em comemoração ao Dia da Consciência Negra
Abraço Negro em comemoração ao Dia da Consciência Negra.

“Um sorriso negro, um abraço negro

Traz....felicidade

Negro sem emprego, fica sem sossego

Negro é a raiz da liberdade”

 

A letra do samba “Sorriso Negro”, imortalizada na voz marcante de Dona Ivone Lara, animou a tarde desta terça-feira, 19, no Palácio Maguito Vilela. Uma multidão de estudantes de 20 escolas estaduais e municipais ocuparam a entrada da sede do Poder Legislativo goiano para exaltar as influências da cultura negra na sociedade e se posicionar contra o racismo e o preconceito.

Com camisas estampando a frase “Racismo é crime” e cartazes onde se lia “Escola Antirracista”, as manifestações encampadas pelos jovens aprendizes marcaram as comemorações do novembro negro na Casa. O “Abraço Negro”, promovido pela deputada estadual Bia de Lima (PT), pelo segundo ano consecutivo, antecede o Dia da Consciência Negra, que é celebrado anualmente em 20 de novembro e que, neste ano, ganha o status de feriado nacional. 

A parlamentar exaltou, nesta edição, a participação de jovens e crianças e destacou a importância do papel da escola na construção de uma nova mentalidade em prol da valorização e respeito à população negra, em Goiás. “Essa é também uma oportunidade para conhecerem a Assembleia e terem clareza da sua representação enquanto cidadãos. Para esta Casa, fica a tarefa de contribuir para melhorar a convivência social independente das diferenças. Cada tempo tem seus desafios e avanços. Atualmente, temos a impressão de retrocesso, por conta de pessoas que se manifestam contra cotas raciais nas esferas de poder, concursos públicos, nas universidades”, complementou.  

Presidente da Comissão de Educação e representante do segmento, na atual Legislatura da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), a legisladora destacou os compromissos com a implementação da Lei 10.639/03,  que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira em toda a educação básica. “Queremos que este feriado seja um momento favorável à compreensão da contribuição extraordinária e rica da cultura negra em todas as áreas. Não dá para continuar apagando as centenas de contribuições da negritude na nossa ancestralidade e bem viver”, manifestou.

Representando o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), principal parceiro do evento, a tesoureira Ieda Leal destacou a importância da iniciativa. “Mais uma vez os estudantes estão aqui dando uma aula de cidadania para Goiás e pedindo o apoio da Casa no combate ao racismo. Todas as escolas deveriam seguir esse exemplo. Precisamos de uma escola antirracista para construir uma cidade antirracista”, ponderou. 

O Movimento Negro Unificado (MNU), que já soma 49 anos de luta contra a discriminação racial e as injustiças sociais, também marcou presença nesta edição do evento. O coordenador regional da entidade, Delmo da Silva, destacou os desafios enfrentados. “Combater e vencer o racismo segue sendo sempre o principal foco da nossa luta. Nossa meta é alcançar a equidade entre os povos e reafirmar a nossa história enquanto povo lutador, que sobreviveu à escravidão e que hoje resiste ao apagamento, buscando, enquanto povo liberto, reconhecimento à sua cultura e a seus ideais. Nossa história, hoje, é marcada pela luta em prol da igualdade de acesso à educação e ao mundo do trabalho”, pontuou. 

Diretor do Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) Dom Abel, localizado no Setor Universitário, o professor Wanderson Souza relatou conquistas alcançadas no campo pedagógico. “Hoje nossa escola veio trazer, por meio da capoeira e do maculelê, um pouco do trabalho que realizamos ao longo do ano em prol da valorização da cultura afro-brasileira e de combate ao racismo. São 50 estudantes, da faixa etária entre 11 e 13 anos, do sexto ao nono ano do ensino fundamental, que estão aqui hoje. O racismo está presente em todas as esferas sociais e na escola não é diferente. Mas já temos notado uma mudança significativa, que começa com aceitação do cabelo e da cor da pele, e que acaba levando a uma maior identificação com as suas raízes identitárias”, observou o gestor.

Agência Assembleia de Notícias
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