Fernando Quiroga estreia na literatura com o lançamento de "Cadernos de Poesia" na Alego

Conhecido por sua atuação acadêmica e intelectual, o professor e ilustrador Fernando Quiroga dá um novo passo em sua trajetória com o lançamento de Caderno de Poesia, sua estreia oficial na literatura brasileira. A obra, publicada pela Editora Patuá sob curadoria de Eduardo Lacerda, é um mergulho lírico no efêmero, no espanto e na tentativa de elaborar, por meio da poesia, uma resposta subjetiva a uma sociedade cada vez mais acelerada e adoecida. Seu lançamento foi realizado na última sexta-feira, 23, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
Quiroga, que é doutor em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (USP) e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), já contribuiu como ilustrador em obras literárias e é colaborador dos blogs Brasil 247 e A Terra é Redonda, onde reflete sobre política, cultura e sociedade. Agora, ele aposta na poesia como forma de sustentar sua própria existência diante do mundo contemporâneo. “A princípio, o livro se chamaria Xamanismo, porque tem esse caráter de cura, de sustentação. É um modo de enfrentar uma sociedade tecnicista, opressora, que nos adoece”, contou o autor, em entrevista à Agência Assembleia de Notícias.
Com versos que transitam entre o visível e o imaginado, o livro não pretende oferecer respostas fáceis ou se alinhar ao mercado da autoajuda. Ao contrário, o Caderno de Poesia propõe uma espécie de testemunho do transitório, uma poética do indizível. “É uma tentativa de despertar o ‘DNA do espanto’ que todos temos, de olhar para o mundo sob novas perspectivas”, afirma Quiroga.
O lançamento da obra foi sediado no Auditório 1 da Alego. O local foi escolhido com o desejo de ir além do circuito acadêmico e alcançar um público mais amplo. “Eu queria um espaço que não fosse só universitário, mas que acolhesse o povo, as pessoas comuns. Fiz questão de divulgar amplamente e convidar alunos, amigos, familiares e o público em geral”, relatou.
A publicação do livro pela Patuá representa, para Quiroga, um reconhecimento estético importante. Diferente das editoras que cobram dos autores para publicar, a Patuá seleciona os trabalhos com base na qualidade literária. “É um reconhecimento que vem de fora e que tem muito valor. É o início de uma caminhada”, diz ele, que já planeja novas obras.
O livro pode ser adquirido diretamente no site da editora e será levado a feiras e eventos literários em todo o país, como a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Embora a venda não seja o foco principal, o autor destaca o papel do leitor nesse processo: “É ele quem sustenta a editora e, de certo modo, torna possível essa cadeia literária com viés político e transformador”.