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Coordenadora do HMI aborda necessidade de regionalização da assistência ao parto prematuro

02 de Julho de 2025 às 11:25

Durante audiência pública para discutir as políticas públicas voltadas à prematuridade no estado, a coordenadora de leitos do Hospital Materno Infantil (HMI), Ana Cecília da Silva Rodrigues, destacou a importância de transformar a forma como as crianças nascem, com foco no acolhimento e na preparação adequada de mães e bebês prematuros. Ela apresentou dados que revelam que a taxa de prematuridade em Goiás acompanha a média nacional e reforçou que o monitoramento constante desses indicadores é essencial para orientar ações de saúde mais eficazes.

Ana Cecília abordou ainda a estrutura da assistência neonatal no estado, explicando a distribuição dos leitos de UTI neonatal e das unidades intermediárias, convencionais e do tipo canguru, ressaltando avanços na regionalização do atendimento.

A coordenadora também chamou atenção para a importância da organização da assistência pré-natal em três níveis de risco, da qualificação contínua dos profissionais de saúde, da efetiva implantação das políticas públicas e do fortalecimento da Rede de Atenção Materno-Infantil.

Rede Alyne e cofinanciamento estadual

Ana Cecília também apresentou os avanços da nova Rede Alyne, reformulação da antiga Rede Cegonha, lançada pelo Ministério da Saúde no fim de 2024. A rede prevê equiparação do valor dos leitos de UTI neonatal canguru aos convencionais; atualização dos valores das diárias de UTI; e financiamento de ambulatório de egressos, antes não previsto na Rede Cegonha.

O estado já mapeou os serviços para habilitação e adesão às novas linhas, com o objetivo de aproximar o cuidado da população, superando a lógica de concentração em grandes centros urbanos.

Rede Nascente: iniciativa estadual contra a mortalidade materna e infantil

Em nível estadual, Ana Cecília anunciou a construção da Rede Nascente, uma iniciativa própria de Goiás, pactuada pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB) no ano passado. A proposta é lançar a rede oficialmente no segundo semestre de 2025.

Entre as frentes da Rede Nascente, estão a construção da política estadual pactuada com os municípios; o remodelamento da rede de atenção à mortalidade infantil e materna; a elaboração de linhas de cuidado, atualização de protocolos e materiais de apoio; e as estratégias de mobilização social, comunicação e cofinanciamento de serviços, especialmente nos municípios.

A política também foca em públicos específicos, como as gestantes adolescentes, que terão acesso ao contraceptivo de longa duração Implanon, como medida preventiva de novas gestações em situação de vulnerabilidade.

Parto normal, requalificação das unidades e ampliação do acesso

Outro ponto levantado pela coordenadora foi a necessidade urgente de requalificar as maternidades para o parto normal humanizado. “Nosso estado ainda apresenta altas taxas de cesárea, e muitas unidades não têm estrutura adequada para o parto normal. Faltam leitos PPP, por exemplo”, disse.

A proposta da Rede Nascente é trabalhar inicialmente com unidades de risco habitual e alto risco, com cofinanciamento estadual para exames de pré-natal, estruturas hospitalares e casas de apoio à gestante.

“Estamos falando de uma estratégia construída com base em dados, escuta ativa e compromisso coletivo. Cada ação é voltada para garantir que essas mães e esses bebês, especialmente os prematuros, tenham mais do que sobrevivência, tenham vida digna, com cuidado e com oportunidades”, concluiu Ana Cecília.

Agência Assembleia de Notícias
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