A Assembleia Legislativ de Goiás (Alego), por meio da Secretaria de Projetos Especiais, da Diretoria de Saúde e Meio Ambiente do Trabalho e da Escola do Legislativo, realizou na manhã desta quinta-feira, 16, ciclo de palestras com o tema “Osteoporose: Saúde Óssea para Todos e Atenção Especial à Mulher” contemplando também o Dia Mundial da Menopausa, celebrado em 18 de outubro, e, ainda, o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, celebrado anualmente em 20 de outubro. O evento foi realizado no Auditório Francisco Gedda, no térreo do Palácio Maguito Vilela. 

Ao abrir o ciclo de palestras, a secretária de Projetos Especiais da Procuradoria da Mulher, Cristina Lopes, salientou que os debates têm por objetivo promover informação sobre a menopausa e a osteoporose para que as mulheres possam conhecer, prevenir e tratar essa doença que pode causar sérios danos à saúde feminina. “A menopausa pode ser uma travessia assustadora e uma fase extremamente difícil pela convulsão provocada pelos hormônios. É importante o acolhimento, a compreensão, a proteção e o afeto dos familiares.”

Ginecologista

Primeira palestrante da manhã, a ginecologista Mariana Melo, especializada em menopausa, falou sobre os aspectos hormonais da menopausa, alterações metabólicas, impacto sobre o tecido ósseo e estratégias para mitigar a perda de massa óssea nesta fase da vida feminina, como a terapia hormonal. Ela lembrou que a osteoporose é uma doença de alta incidência na mulher após a menopausa em consequência da queda hormonal. E apontou que essa é uma doença subdiagnosticada, já que menos de uma a cada cinco mulheres consegue chegar ao diagnóstico e, muitas nem sequer realizaram uma densitometria óssea antes. 

De acordo com a ginecologista, a osteoporose apresenta um alto índice de mortalidade. Estima-se que a mulher perca, já nos primeiros cinco anos da menopausa, de 20% a 25% da massa óssea total, causando o enfraquecimento dos ossos, o que aumenta o risco de fraturas. Estudos mostram que dentre as mulheres com osteoporose que quebram o quadril, 30% morrem dentro de um ano. 

A especialista revelou que as fraturas causadas pela osteoporose são a segunda causa de morte no mundo. Ela destacou que a doença é silenciosa até provocar uma fratura, por isso, a reposição hormonal é tão importante. 

Mariana Melo apontou que a menopausa provoca uma perda de colágeno, perda óssea, perda muscular, perda de cognição e, por fim, no palno social, perda de relacionamentos. Para frear esses fenômenos é necessário adotar um estilo saudável, iniciar a reposição hormonal antes dos 60 anos e, principalmente, praticar atividade física rotineiramente. 

Ortopedista

 A ação é apoiada pela Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), em parceria com a Associação Brasileira Ortopédica de Osteometabolismo (Aboom), cujo palestrante, o médico Frederico Barra, é presidente. No Brasil, a campanha denomina-se “Caminhe pelos seus ossos”. O palestrante também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Nessa segunda palestra foram abordados os aspectos gerais da osteoporose, tanto para homens quanto para mulheres: o que é, como prevenir a doença e as fraturas, o papel da atividade física e a suplementação na manutenção da saúde óssea.

O ortopedista disse que muitas pessoas acham que a osteoporose é só uma doença crônica, lenta e silenciosa, mas é necessário entender que a osteoporose mata. Ele destacou que a mortalidade e a morbidade (sequelas) são altas, pois muitos idosos não voltam a andar adequadamente, ficam em cadeira de rodas ou com andador e precisam de cuidador em casa. 

“É extremamente importante prevenir a doença. Por volta dos 50 anos, todos devem fazer uma densitometria óssea para verificar a densidade dos ossos e a presença de osteoporose. Se houver, o tratamento deve começar com suplementação (cálcio, vitaminas) e medicamentos, como bisfosfonatos e injetáveis”, ressaltou o ortopedista.

Ele informou que o primeiro sintoma da doença é a fratura por queda da própria altura, indicando que o osso está fraco. Outro sintoma é a perda de altura em idosos, que pode indicar que os ossos da coluna estão frágeis, sendo um sinal para investigar a osteoporose. Dores na coluna em pacientes acima de 50, 60 ou 70 anos também podem ser um sinal de fratura.

Por fim, Barra mencionou que graças ao esforço conjunto do Parlamento goiano e do Governo, Goiás é um dos poucos Estados no Brasil que fornece, através do Sistema Único de Saúde (SUS), todos os melhores medicamentos existentes no mundo para o tratamento da osteoporose, sendo que em alguns casos é até possível reverter a doença e melhorar a qualidade do osso. 

Nutricionista

A última palestrante da manhã, a farmacêutica, bioquímica e nutricionista Fabiana Togisaki, especialista em saúde da Mulher 40+, climatério e discorreu sobre “Conexão Intestino-Osso: Estratégias Nutricionais e Suplementares na Menopausa”. Ela apontou que a fratura começa com a falta de exercício físico antes dos 40 anos de idade, "sementes plantadas pelo sedentarismo ainda na juventude". É necessário que haja uma poupança de músculos e ossos para a fase mais madura da mulher, fora isso, a nutrição também completa a base para atravessar bem a fase da menopausa. 

Todos esses fatores vão auxiliar na manutenção da boa saúde intestinal, fator preponderante para a manutenção da saúde óssea, pois existe uma correlação direta entre intestino e osso. Quando o intestino não consegue absorver adequadamente os elementos, o organismo não consegue manter a boa saúde óssea.  

Fabiana Togisaki recomendou que todas as mulheres busquem variar bastante o prato, escolhendo alimentos que possam deixar a refeição bem colorida, garantindo assim o maior número possível de nutrientes e quebrando a monotonia alimentar onde prevalece farináceos.

Por fim, ela deu inúmeras dicas sobre quais são os melhores alimentos, a forma adequada de preparo e a melhor forma de suplementar a alimentação.

As palestras podem ser acessadas no canal da Alego no Youtube.