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Embrapa ano 40

16 de Agosto de 2013 às 10:23
Sessão proposta por Francisco Junior nesta 6ª-feira, 16, celebrou os 40 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

Por iniciativa do presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, deputado Francisco Júnior (PSD), a Assembleia Legislativa de Goiás realizou sessão especial nesta sexta-feira, 16, para celebrar os 40 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O evento foi presidida pelo deputado Talles Barreto (PTB). 

Participaram da sessão o secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Antônio Flávio Camilo de Lima, representando o governador Marconi Perillo; o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martin Neto; o superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Goiás, Francisco Carlos de Assis; o chefe geral da Embrapa Arroz e Feijão, Pedro Luiz Oliveira de Almeida Machado, entre outros.

Autor da sessão especial em comemoração aos 40 anos da Embrapa, o deputado Francisco Júnior (PSD) afirmou que, no Brasil, os gastos com a alimentação cada vez mais interferem no custo de vida e, mesmo com uma supersafra atrás da outra, há uma grande pressão dos preços dos alimentos no bolso do brasileiro. Para o parlamentar, hoje há um quadro positivo, que muito se deve à atuação da empresa e cada um de seus colaboradores.

"São 40 anos de pesquisas e projetos voltados para o melhoramento genético do plantio, a recuperação e a expansão das áreas de produção e a melhoria da nossa produtividade. Tudo isto prezando pelo zelo com as condições de vida e trabalho dos produtores, promovendo a sustentabilidade e a geração de tecnologias que preservem o meio ambiente", afirmou o deputado.

Francisco Júnior disse que, atualmente, ano após ano, a demanda por alimentos se torna cada vez maior, com uma ampliação média anual de cerca de 5% na Ásia, na África e na América latina. De acordo com ele, esse aumento faz até mesmo com que alguns países limitem suas exportações de determinados alimentos, na tentativa de proteger os seus consumidores.

"Com isto, alguns itens essenciais no cardápio de populações inteiras como o trigo, o milho, o arroz e a soja – que também são responsáveis pela produção de outros alimentos, como o pão e o macarrão – sofrem variações de preços consideráveis, e em alguns países passam por aumentos assustadores", afirmou o deputado.

Francisco Júnior disse que graças às pesquisas e projetos da Embrapa Arroz e Feijão, as terras do Estado, antes consideradas improdutivas, passaram por uma intensa correção no solo, que tornou Goiás um dos maiores produtores de grãos do País. O pessedista informou ainda que o trabalho da unidade permitiu aos produtores desenvolverem outras variedades.

"Apenas para dar um exemplo da inovação que a Embrapa estimulou em nosso Estado, cito a produção do feijão de inverno, que não existia até a década de 90. As pesquisas descobriram que era possível uma terceira safra, plantada no mês de maio e colhida até outubro. Graças a isto, hoje somos um dos maiores produtores desse feijão", afirmou Francisco Júnior.

Tecnologia

O chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Pedro Luís de Oliveira Machado, afirmou que a Embrapa tem firmado parcerias com órgãos estaduais, produtores rurais e cooperativas para realizar pesquisas que permitam maior adaptação de cultivares ao clima, reforçando a produtividade das lavouras. De acordo com ele, também há ações que transferem tecnologias aos goianos.

"A Embrapa foi criada em 1973, mas, em Goiás, iniciou sua atuação um ano depois. Foi uma das primeiras unidades do país. Desde então, a parceria sempre foi intensa. Com a transformação da Embrapa em centro de pesquisa em arroz e feijão, há atuação conjunta com a Emater-Goiás, com trabalhos de cultivares como arroz de terras altas. A cultura tem maior tolerância à deficiência hídrica, à seca", afirmou o representante do órgão.

Pedro Luís informou ainda que há um trabalho significativo para desenvolver tecnologias em parceria. De acordo com ele, há projetos que buscam melhorar a fixação de carbono nas lavouras, reduzindo o acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera.

"Para nós, é importante buscar o desenvolvimento de tecnologias junto ao produtor rural. Também participamos da elaboração de tecnologias agropecuárias que permitam culturas mais sustentáveis, que acumulem mais carbono, evitando que o dióxido de carbono se acumule na atmosfera, causando problemas ambientais.

O diretor-geral da Embrapa informou ainda que um dos destaques da atuação do órgão em seus 40 anos é a transferência de tecnologia para os produtores rurais, associações, governo e cooperativas. Para ele, o objetivo é estimular boas práticas na produção agrícola.

"Neste ano, atingimos com a produção de arroz bons resultados, e entregamos a colheita à OVG [Organização das Voluntárias de Goiás]. Os trabalhos da Embrapa envolvem ainda ações de transferência de tecnologia por meio de cooperativas e associações em culturas de arroz, feijão e hortaliças. O objetivo é levar boas práticas agronômicas, melhorando a produtividade tanto para o autoconsumo quanto para o mercado, visando rentabilidade", afirmou Pedro Luís.

Desmatamento

O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martin Neto, afirmou que a produção de alimentos no Brasil tem obtido neste ano safra recorde, que coincide com a redução da área de destamatamento. De acordo com ele, isso é prova do desenvolvimento das tecnologias de plantio e colheita, que tornam o setor competitivo.

"Este é um ano especial para a Embrapa. Quando se fala em aumentar produtividade, com pessoas que passam fome, entregamos safra recorde. Também este é o ano com a menor taxa de desmatamento dos últimos anos. Os brasileiros têm a sábia escolha de produzir sem provocar danos ao meio ambiente. A cesta básica teve queda de valor. Isso é resultado das tecnologias agrícolas", afirmou o diretor.

Ladislau Martin Neto disse ainda que a agricultura responde por aproximadamente 30% do valor do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Ele lembra que a Embrapa procura desenvolver tecnologias que permitam o aprimoramento da agricultura, reduzindo custos e aumentando a produtividade.

"Não há dúvida sobre a importância da agricultura no país. O setor responde por 30% do PIB, está em desenvolvimento constante e é altamente produtivo. O Brasil tem dado contribuições significativas na produção de alimentos para o mundo. Tínhamos o sonho de desenvolver tecnologias que adaptassem culturas ao clima de nosso país", afirmou o diretor.

Exemplo

O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Antônio Flávio Camilo de Lima, afirmou que a Embrapa é um dos bons exemplos de uma iniciativa de sucesso no país. De acordo com ele, a tecnologia agrícola utilizada antes da criação da empresa, há 40 anos, era característica do hemisfério norte e não estava adaptada ao clima local.

"A Embrapa é reconhecida por todos os brasileiros por unanimidade. É algo que deu certo no país. A empresa foi importante para a consolidação do desenvolvimento Brasil, que não detinha tecnologias agrícolas. Precisamos a duras penas desenvolver métodos próprios ao nosso tipo de solo e clima, melhorando nossa produtividade", afirmou o secretário, que é engenheiro agrônomo.

Antônio Flávio disse que o Brasil é um país-chave para manter a segurança alimentar da população mundial nos próximos anos. De acordo com ele, há 1,2 bilhão de pessoas em estado de fome, que serão alimentadas por produtos brasileiros.

"O país hoje é um grande produtor de alimentos. Temos hoje quase 1 bilhão e 200 mil pessoas em estado de insegurança alimentar. Não tenho dúvida de que o Brasil é país-chave para o equilíbrio do planeta. Há programas em desenvolvimento que reduzem a emissão de carbono e melhoram a produtividade", afirmou o secretário.

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