Santas Casas de todo Estado se mobilizam para o dia D no próximo 29 de junho
A Comissão de Saúde e Promoção Social, presidida pelo deputado Gustavo Sebba (PSDB), promoveu na manhã desta segunda-feira, na Escola do Legislativo, reunião da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas de Goiás – FEMIGO, para traçar o planejamento do movimento Nacional do Dia D, que ocorrerá no próximo dia 29, em todos os municípios.
O dia “D” tem como objetivo mobilizar a sociedade contra o corte de recursos e o atraso de verbas para Santas Casas e hospitais filantrópicos, apresentando a situação dos prestadores dos SUS hoje e as consequências para população. As Santas Casas propõem organizar um movimento nacional em três etapas, municipal, estadual e no Distrito Federal.
Para o Superintendente Geral da Santa Casa de Goiânia, José Antônio Lobo, o déficit nos recursos traz insegurança no atendimento ao paciente e ao corpo clinico. “Na verdade nós temos um déficit muito grande na remuneração nos custos que a Santa Casa tem. Hoje a Santa Casa de Goiânia atende 92% pelo SUS (Sistema único de Saúde), então essa baixa remuneração faz com que vamos aumentando nosso déficit, recorrendo a banco, aumentando mais o déficit com o dinheiro gasto em juros e encargos financeiros, dinheiro que poderia ser investido na própria atividade", afirmou o superintendente.
Ele disse ainda que hoje tem dificuldade para acertar a folha de pagamento, para complementação dos insumos, estoque para que o hospital possa atender com segurança o paciente que procura a Santa Casa e para apoiar o corpo clinico que precisa ter essa segurança para dar um bom atendimento aos pacientes.
"A Santa Casa de Goiânia tem buscado sanear várias áreas e reduzir um pouco o déficit. No último ano conseguimos diminuir nossa dívida em torno de 10%, mas com muita dificuldade, inclusive no início do ano nós tivemos que fazer uma paralisação, onde o poder público não tinha repassado o pagamento para o pagamento da folha, gerando instabilidade para os funcionários", destacou.
Federação
Em entrevista concedida à imprensa, José Roldão Gonçalves, presidente da Federação Das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de Goiás (FEMIGO), avalia como critica a situação das Santas Casas com o aumento do déficit financeiro devido à falta de repasse e reajuste de recursos.
“O grande problema hoje é o endividamento gerado pela baixa remuneração, que é feita pelo SUS aos serviços prestados pelos hospitais filantrópicos, as Santas Casas e as Unidades Psiquiátricas. Hoje 2.100 Santas Casas podem fechar as portas se não tiverem melhorias no reajuste, como foi nos prometido pelo Ministro da Saúde Arthur Chioro, e anteriormente pelo doutor Padilha um reajuste da tabela, mas isso nunca aconteceu, o problema continua com o aumento do déficit de forma acelerada, que gera problema à sociedade", ressaltou.
O presidente da Federação continuou afirmando que "as Santas Casas existem desde 1543 no Brasil. Há mais de 10 anos estamos acumulando dificuldades, a emenda constitucional 29 determinou que 15% das receitas liquidas dos municípios fossem aplicadas em saúde, eu acredito que tem município que aplica mais de 25%. No Estado, a determinação é que 12% das receitas liquida do governo estadual fosse aplicada em saúde, eu acredito que tem estado que aplica até 30%, mas o poder público federal que fica com quase 80% das receita e tributos recolhidos no Brasil, aplica uma porcentagem arbitrária, e ainda agora tivemos uma redução dos investimentos da área de saúde, de 11,5 bilhões, já anunciados pelo Governo Federal, esse problema vai castigando os atendidos pelas Santas Casas", lamentou o superintendente.
Para ele, se não fosse uma atuação forte do governador Marconi Perillo as Santas Casas já teriam fechado no Estado de Goiás. "Essa reunião hoje é para podermos anunciar à imprensa e traçarmos um plano sobre o dia D, no próximo dia 29. nessa data faremos um movimento nas Santas Casas de todo municípios do Brasil”, finaliza José Roldão.