Setembro Amarelo

Em um mundo cada vez mais acelerado e repleto de desafios, a saúde mental tem sido um pilar frequentemente negligenciado. Nesse sentido, neste mês, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) faz um apelo à sociedade para focar neste tema delicado e, muitas vezes, estigmatizado: a prevenção ao suicídio.
Anualmente a campanha Setembro Amarelo destaca a urgência em discutir e combater esse grave problema de saúde pública. Em 2023, com o lema "Se precisar, peça ajuda!", a iniciativa antiestigma mais uma vez tem a Alego como uma parceira no fomento à prevenção desse mal que afeta milhares de lares.
Questão de saúde pública
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é responsável por mais mortes anualmente do que HIV, malária, câncer de mama, guerras e homicídios. Entre os jovens de 15 a 29 anos, ele figura como a quarta maior causa de morte, seguida por acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. No Brasil, os números também são alarmantes: o Ministério da Saúde revelou em 2022 que houve aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos entre 2016 e 2021.
A Alego tem atuado de forma ativa e responsável na promoção de políticas públicas voltadas para a prevenção do suicídio. Audiências públicas têm sido convocadas para ouvir especialistas na área de saúde mental, familiares de vítimas e representantes de organizações não governamentais, ampliando o debate e formulando propostas eficazes para abordar o problema.
Além disso, a aprovação de leis em Plenário focadas na conscientização, no direcionamento de recursos e na formação de profissionais de saúde especializados tem sido uma das principais armas na luta contra o estigma e a desinformação que envolvem o suicídio.
Conscientização e diálogo: armas contra o estigma
A maior barreira na prevenção ao suicídio ainda é o estigma social que o envolve. O lema deste ano, “Se precisar, peça ajuda!”, busca incentivar o diálogo aberto sobre o assunto. Falar sobre sentimentos e dificuldades emocionais não é sinal de fraqueza; pelo contrário, é um passo vital para buscar ajuda profissional e apoio social.
Apesar do declínio nas taxas de suicídio em alguns países europeus, o aumento dessas taxas em países da América Central, América do Sul e Leste Asiático indica que ainda há muito trabalho a ser feito. Atualmente, apenas 38 países possuem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio, ressaltando a importância de envolvimento institucional e político na questão.
Nesse sentido, as ações da Alego não se limitam ao mês de setembro. O compromisso é contínuo e a Casa Legislativa goiana continuará a trabalhar em conjunto com entidades de saúde, educação e assistência social para ampliar ainda mais as estratégias de prevenção e apoio aos que necessitam.
O suicídio é um fenômeno complexo que não conhece fronteiras sociais, culturais ou geográficas. No entanto, com diálogo aberto, políticas públicas eficazes e conscientização massiva, podemos contribuir para a reversão desse quadro tão preocupante. Este é o momento para cada um de nós, individualmente e coletivamente, dizer: "Se precisar, peça ajuda!"
Para obter ajuda ou informações sobre prevenção ao suicídio, consulte os serviços de saúde mental de sua região e participe das ações promovidas pela Alego neste Setembro Amarelo.
História
A escolha do amarelo para simbolizar a campanha é, em parte, devido à história do "Yellow Ribbon Program" (Programa da Fita Amarela) nos Estados Unidos, que foi uma das inspirações para a criação do Setembro Amarelo. Esse programa foi criado pelos pais de Mike Emme, um jovem que cometeu suicídio em 1994. Mike era conhecido por sua habilidade de mecânica e restaurou um carro Mustang, pintando-o de amarelo. No funeral, foram distribuídas fitas amarelas com cartões contendo mensagens de apoio e informações sobre o que fazer caso alguém estivesse pensando em cometer suicídio.
Além disso, a cor amarela é frequentemente associada à atenção e alerta, o que pode ser simbolicamente ligado à necessidade de prestar atenção aos sinais de risco de suicídio em si mesmo e nos outros. A ideia principal por trás da escolha de uma cor e de um mês específico para focar na prevenção do suicídio é chamar atenção para um problema que muitas vezes é ignorado ou estigmatizado.