Matéria que autoriza medidas de desestatização da Celgpar está em tramitação
Tramita na Assembleia Legislativa de Goiás, tendo recebido pedido de vista na Comissão Mista, projeto de lei que pretende autorizar o Executivo goiano a promover medidas de desestatização da Companhia Celg de Participações (Celgpar). O objetivo ressaltado é “a melhoria dos serviços de geração e transmissão de energia elétrica com investimentos do setor privado”.
Lembra-se que "pedido de vista" é o instrumento regimental que possibilita aos deputados suspenderem a apreciação de uma matéria no âmbito das comissões para uma melhor análise do seu conteúdo. Devolvido o projeto após esse pedido, ele segue seu trâmite normalmente.
Trata-se de projeto de lei oriundo do Governo estadual protocolado na Alego com o no 2417/23 e lido no Expediente da sessão ordinária dessa terça-feira, 19.
A partir de exposição de motivos dos titulares da Secretaria-Geral de Governo (SGG), da Secretaria de Estado da Administração (Sead) e da Secretaria de Estado da Economia (Economia), o governo estadual consigna que o setor elétrico brasileiro tem passado por relevantes transformações nas últimas décadas, com a criação das bases legais regulatórias de abertura do mercado e de privatização de empresas estatais desse setor.
“A iniciativa privada demonstrou ser uma alternativa forte e capitalizada para os investimentos nos sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia, e esse fato tende a reduzir a participação do Estado como investidor no setor elétrico”, prossegue o projeto. “Ao ente estatal caberiam a regulação, a supervisão e a fiscalização desse setor, também o planejamento energético”, além de caber à administração estadual “atuar na promoção das energias renováveis, na garantia do acesso universal à energia, na segurança energética, no incentivo à eficiência energética e na proteção ao meio ambiente diante da demanda energética”.
O argumento oficial é de que a desestatização da Celgpar traria melhoria da infraestrutura e da transmissão de energia elétrica, além de benefícios financeiros ao Estado de Goiás, com “redução da dívida pública” e contribuição “para a reestruturação econômica e para a possibilidade de concentração dos recursos da administração pública em áreas prioritárias, como educação e saúde”.