Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, participa de audiência pública sobre trabalho escravo nesta quarta-feira, 28, na Alego
O ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, desembarca, em Goiânia, nesta quarta-feira, 28, para participar de uma audiência pública sobre trabalho escravo. O encontro ocorrerá na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e será promovido pela deputada Bia de Lima (PT). A reunião será focada no esclarecimento das ações realizadas pelo ministério ao longo do ano de 2023, bem como no combate ao trabalho escravo no Estado. A audiência acontece no Auditório Carlos Vieira, a partir das 14 horas.
A visita do ministro em Goiás inicia às 8 horas, em Anápolis, quando fará visita à fábrica de veículos da Hyundai. Às 10 horas concederá entrevista coletiva à imprensa no Aeroporto Internacional Santa Genoveva. Após às 14 horas participa das atividades na Assembleia Legislativa.
Bia de Lima lembrou, em discurso recente, o desafio enfrentado pelo governo na tentativa de deixar o rol das estatísticas negativas relacionadas ao tema. Segundo dados do próprio ministério, Goiás figura na primeira colocação do ranking do trabalho escravo no País.
“Não podemos ficar calados, omissos. Precisamos tomar atitudes sérias para impedir que trabalhadores chamados a realizar serviços tanto no campo, como também na zona urbana, estejam nessas condições. Essas pessoas chegam a Goiás, especialmente do Nordeste, na esperança de um emprego, mas são submetidos a situações análogas à escravidão”, aponta a deputada.
A parlamentar destaca as inúmeras denúncias e pedidos de fiscalização e punição registradas por ela. “Precisamos combater essa prática criminosa. Faço um apelo ao Governo do Estado”, disse.
Mau exemplo
De acordo com os dados do MTE, 729 trabalhadores foram encontrados em situação análoga à escravidão, em Goiás, até novembro de 2023, o que tornou o Estado líder no ranking brasileiro. A última vez que o Estado ocupou a posição foi há 15 anos.
O Estado é seguido pelos estados de Minas Gerais (571), São Paulo (380), Rio Grande do Sul (330) e Piauí (145). Em todo o Brasil, até o momento, foram 2,9 mil trabalhadores resgatados ao longo desse ano.
O setor sucroalcooleiro concentra 58,7% dos resgatados, com 428 profissionais encontrados em situações precárias de trabalho. As ocorrências foram em quatro municípios – Itumbiara, Acreúna, Anicuns e Inhumas.
Conforme o levantamento, dentre os 729 trabalhadores, 676 estavam na zona rural. Os outros 53, na zona urbana. No comparativo com anos anteriores, o quantitativo de 2023 é o maior desde 2008, quando o Estado alcançou o recorde de 867 resgates.