Palestra sobre o uso seguro de tecnologias pelo idoso está em andamento
Acontece, neste momento, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), o Congresso Cuidar é Proteger, encontro que tem como tema o papel central do cuidado como base para a segurança, a cidadania e a proteção social. A gerontóloga Carmencita Balestra discorre sobre o uso das tecnologias de forma segura pela população 60+.
Em continuidade à programação, a palestrante, que é advogada, mestre em educação e saúde (Unicamp), apresentou a palestra com o tema: Segurança sem Idade. Ela é autora do livro Políticas Públicas para Pessoas Idosas, além de ter coordenado programas estaduais voltados à pessoa idosa nas áreas de assistência social e saúde em Goiás. Ex-docente da UEG, já presidiu conselhos de direitos da pessoa idosa em âmbito estadual e municipal.
A especialista iniciou sua fala agradecendo ao presidente da Casa, deputado Bruno Peixoto (UB), pelo apoio ao evento, cedendo o espaço do auditório Carlos Vieira para discutir pessoas, educação, segurança e envelhecimento. “Em resumo, quero deixar claro com essa palestra que a pessoa de idade precisa de autonomia para viver sua vida. Além disso, é preciso ousadia para envelhecer”.
Ao longo da palestra, Balestra deixou claro os principais desafios da pessoa idosa na atualidade: o isolamento social, analfabetismo, golpes e fraudes, baixa acessibilidade aos espaços públicos, dificuldade e baixa adesão às novas tecnologias. “Novas tecnologias devem ser aliadas a pessoas idosas. Contudo, deve ser um acesso racional, com segurança. Há uma falta de racionalidade no uso que traz malefícios. Ainda, deve-se estabelecer um bem-estar mental e físico por meio do conhecimento. Decidir para onde ir, não quem vai levar. Ou seja, ter autonomia. É preciso ampliar a discussão para além do estatuto do idoso”, reforçou.
A oradora apontou também que é preciso usar da tecnologia para auxiliar a autonomia da pessoa idosa, por exemplo com o uso de dispositivos de monitoramento de saúde; acesso a aplicativos que facilitem o dia a dia; controle seguro de senha e cartões e uso com segurança dos caixas eletrônicos. “Fica aqui uma sugestão para Assembleia Legislativa de Goiás: uma lei que obrigue as agências bancárias do estado a fornecerem o auxílio no uso de caixas eletrônicos para idosos”.
Outro ponto da palestra foi sobre a manutenção da saúde na terceira idade, com adoção de programa de saúde física e mental por meio de geriatras; programas públicos de exercício; orientação sobre alimentação equilibrada e programas de prevenção de quedas. “Programas sociais voltados à pessoa idosa, se cumpridos corretamente, auxiliariam na autonomia”, ponderou.
Por fim, a palestrante aconselhou famílias e cuidadores de pessoas idosas a incentivarem a participação social, dar auxilio nas novas tecnologias e estarem atentos a sinais de vulnerabilidade. “Quais são os programas efetivamente implantados e implementados no Brasil, pelo poder público? O Executivo e o Legislativo são necessários para a autonomia da pessoa idosa. É uma questão de dignidade e respeito. Combater o etarismo e a discriminação à pessoa idosa também faz parte da construção na nossa autonomia. Envelhecer é singular, abraçar as diferenças é um ato de cidadania”, arrematou Balestra.