Onaide Santillo fala sobre sua atuação enquanto deputada estadual
A ex-deputada Onaide Santillo participou, recentemente, de entrevista realizada nos estúdios da TV Assembleia. O registro destina-se ao projeto Memórias do Legislativo, que constitui uma iniciativa da Casa, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG). O programa será exibido pelo canal 8 da Net e pelo site da Assembleia Legislativa.
A entrevista faz parte do projeto “Memória e Informação Legislativa em Goiás”, cuja finalidade é destacar as várias gerações de políticos goianos que estiveram na linha de frente do processo de modernização de Goiás.
A iniciativa é desenvolvida pela Fundação de Apoio à Pesquisa da UFG (Funape). A execução dos trabalhos ficará a cargo do Centro de Documentação, Informação e Memória da UFG (Cdim). O grupo de pesquisa da área de Ciência Política e Museologia tem como objetivo desenvolver um projeto de pesquisa, intitulado "Resgate da Memória e da Política: Reconstituição da Trajetória do Legislativo em Goiás e do Perfil de suas Lideranças".
Perfil
Professora e empresária, natural da cidade goiana de Anápolis, Onaide Silva Santillo foi secretária de Serviços Sociais da Prefeitura Municipal de Anápolis. Como deputada estadual, atuou nas 13ª, 14ª e 15ª Legislaturas da Casa, entre 1995 e 2007, lançando-se candidata pelo PP, em seu primeiro mandato, e atuando sob a legenda peemedebista, nos dois últimos. Nesse período, chegou à presidência da Comissão do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás.
Foi primeira-dama de Anápolis durante o governo de seu esposo, o ex-prefeito Adhemar Santillo, irmão do falecido ex-governador do Estado, Henrique Santillo.
Em seu depoimento, Onaide falou sobre sua atuação na arena política goiana, desde sua militância em movimentos estudantis, nos anos 60, até a sua atuação como deputada estadual, nas décadas de 1990 e 2000. Ela recordou o momento em que foi criada a Comissão do Meio Ambiente da Casa, que chegou a presidir, e refletiu sobre a atuação feminina no cenário político.
"O mandato é realmente uma missão; você está ali para servir ao Estado, à população”, afirmou, referindo-se à sua experiência política. “Cheguei à Assembleia Legislativa em um momento em que a Casa foi vista pela população de uma forma muito positiva. A Comissão do Meio Ambiente sempre era solicitada para a realização de debates. Isso conferiu maior visibilidade ao Legislativo”, comentou, no início das gravações.
Meio ambiente
Onaide Santillo iniciou seu depoimento falando sobre sua atuação à frente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa, na segunda metade dos anos 1990, época em que os debates sobre a questão ambiental começaram a ganhar o grande público.
“Quando chegamos à Assembleia, em 1995, foi criada a Comissão do Meio Ambiente. Embora a questão ambiental ainda não fosse muito vísivel, pudemos realizar trabalhos bastante relevantes na área", disse.
Dentre as iniciativas que tiveram lugar na Comissão que presidiu, Onaide destacou a criação de uma emenda para o texto do Código Tributário Estadual, que desonerou da incidência de impostos todos os recicláveis produzidos em Goiás.
Ela também lembrou de um importante projeto apreciado pela Comissão, que previa a manutenção e reposição de matas ciliares do Ribeirão João Leite, essencial para o abastecimento da Capital. "Com isso, conseguimos recuperar o leito do João Leite, e a Saneago passou não apenas a captar a água, mas também a ajudar na preservação dos cursos d'água", disse.
A deputada destacou, ainda, iniciativa da Comissão que propôs a realização de estudos que comprovassem que o tipo de amianto produzido em Goiás, o chamado "amianto crisotila", não causa danos à saúde humana - fator importante para a economia do Norte goiano, onde é produzido.
Dentre outros tópicos de relevo abordados pela ex-parlamentar, quando esteve à frente da Comissão, destacam-se a proposta de ampliação da Ferrovia Norte-Sul até a cidade de Anápolis, e o debate sobre a necessidade de se haver uma legislação para regularizar o orçamento destinado à criação e manutenção de parques estaduais, como os de Terra do Ronca e Chapada dos Veadeiros.
Mulheres
Em um segundo momento, Onaide falou sobre a atuação das mulheres na vida política estadual e nacional. Apesar de reconhecer o valente esforço de figuras femininas de destaque na política nacional, a ex-deputada acredita que o cenário ainda é dominado pelos homens.
“Nunca senti qualquer dificuldade em presidir uma comissão composta apenas por homens. Mas, acredito que as mulheres ainda não aprenderam a participar do jogo político", afirmou.
"Acho que nós mesmas ficamos mais na periferia, porque o embate não caracteriza a atitude feminina, que sempre é mais conciliadora. Vemos isso no próprio Legislativo Federal. Não sei se precisamos utilizar as mesmas armas dos homens ou se deveríamos utilizar novas armas”, completou.
Onaide encerrou a entrevista concluindo que as mulheres podem - e devem - dar a sua contribuição para a política nacional, através de uma atuação original e de sua visão de mundo diferenciada. “A mulher tem uma visão nem melhor, nem pior, mas diferente daquela verificada entre os homens. Nós devemos assumir nossos níveis de decisão”, finalizou a ex-parlamentar.